Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

soutodaamor

soutodaamor

Os sonhos da avó em mim

A Avó influenciou-me em duas coisas.

O gosto pela escrita e pela dança...

Nos meus primeiros anos de existência morávamos perto dela na Amadora. Mais tarde partimos para Coimbra e depois para Vila Praia de Âncora.

Nas férias de Verão eu e Big Brother passávamos alguns dias com a Avó.

Mal entrei para a primária a Avó passou a comprar-me cadernos “de duas linhas” para “ter uma letra bonita”. Todos eles tinham capas com meninas e passarinhos e flores e corações e tudo-tudo que as meninas gostam. Nas férias e estando com ela, era nesses cadernos que eu escrevia as histórias que ela me contava. E pedia-me “Escreve-me cartas”, quando regressávamos a casa no fim das férias. E eu escrevia. Ficaram com ela… os cadernos e as cartas. Nunca mais os vi.

E depois havia o “um dia vais ser bailarina…”. Ligava o transístor (que era como ela chamava àquele rádio preto pousado numa mesa, junto ao seu cadeirão), sintonizava-o numa estação que “só ela sabia” e ficava ali sentada, naquele cadeirão de espaldar recto “para não ficar com corcunda”, a ver-me rodopiar e saltitar, fazer imitações de pliés e croise devant. E sorria. E (sei-o agora) sonhava… Aquele olhar perdia-se. Por outros mundos que não eu. E eu perguntava-lhe “Avó, está a olhar para mim?” e ela que sim! “Que me estava a ver…” Mas eu sabia que não.

E hoje, com esta idade, ainda gosto tanto e tanto das duas coisas que a Avó me influenciou.

A escrita que me alivia a neura.

A dança que me dá cabo das loucuras.

E uma extra… cadernos, blocos e memos lindos! Perco-me!

Passei foi ao lado das respectivas carreiras… escritora e bailarina.

Mas faço de conta… 

{#emotions_dlg.sarcastic}