As Asneiradas em Público
Amor é pessoa asneirenta.
Das mais rascas que há!
Á mínima coisa sai-me logo uma dúzia de grosserias.
Palavrões.
Mamã diz-me:
“Ai! Credo! És uma destravada!”
E sou!
E não me orgulho!
Nadinha-nadinha!
Mas então quando é publicamente… assim, em sociedade… na rua. À frente de pessoas desconhecidas…
Enfim!
Mas a situação assim o exigia pah!
Uma saraivada de palavrões dos mais rasca que há!
Foram logo 30 seguidos!
“Mas o que te aconteceu Amor??!!”
Ai Pessoas!
Espetei o dedo mindinho contra a bica de um degrau!!!
A dor que senti não lembra a ninguém… em nanosegundos espalhou-se-me por toda a perna. E, lá está, chegou também ao cérebro. E paralisou-mo. Tanto mo paralisou que eu fiquei desvairada. E agarrada ao meu dedo mindinho desatei a destratar o degrau! Mas assim virada pra ele, a chamar-lhe nomes e quase lhe bato e tudo!
E quando me recompus estavam 3000 pessoas a olhar para mim. (eram só 3 mas eu multipliquei-os por 1000 com a dor…). E estavam assustados. Um casal de holandeses com a respectiva criatura-filha (se não eram holandeses passam a ser. De louros que eram…).
E eu fiz-lhes um “it’s ok… i’m fine…”
E eles ficaram ainda mais assustados. Tipo, “Então se estás bem pra que foi esse espalhafato todo oh Pessoa-Feia-que-nos-assustaste-e-tudo-e-não-vês-c’a-gente-tá-aqui-com-a-criatura-filha-e-ela-pode-ficar-traumatizada??!!”
E, se calhar, á conta da minha pessoa não voltam a Portugal.
País em que as pessoas desatam aos gritos para os degraus e no fim está tudo bem, é para ser riscado do mapa. Não se volta lá.
Eu não voltava!