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soutodaamor

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Ser Mãe de um Emigrante é... III

... saber que a cidade para onde o meu filho partiu está em alerta máximo, e querer estar lá.

... saber que há policiamento e exército por tudo quanto é canto e esquina, "armados até aos dentes", e querer ir para lá.

... não dormir nada há quase 48 horas, porque quero lá estar.

... estar em constante contacto com Tesourinho e Norinha, como se tivesse lá.

... ontem á noite, ouvir tiros em directo e quase ao vivo, e quase vou para lá.

... saber que eles estão bem, mas eu quero estar com eles.

... é garantir que SE ALGUEM LHES TOCAR, vão ter que se ver com uma Mãe/Sogra EM FÚRIA!

... é ter de ir trabalhar e não estar com pachorra para nada nem ninguem, a não ser para Tesourinho e Norinha.

... é estar a aparvalhar.

... é terminar por aqui, que isto já não faz sentido.

Boa semana para vocês tambem.

FUI!

 

 

Ai-ai-ai que falta tão pouco!...

No ano passado foi isto e isto.

Este ano ainda não fiz nadinha-de-nada e vergonha das vergonhas ando completamente a leste da ocasião! 

Isto não é nada normal na minha pessoa!

CREDO!

Posto isto Pessoas, já olharam pró calendário?

"Já, Amor! E já sabemos que 36 dias passam num estalar de dedos! "

Nem me lembrem Pessoas!

É que nem me lembrem!!!

 

 

Uma já está...

Depois disto e disto, não vir aqui e não partilhar convosco o "resto" não fica nada bem, pois não Pessoas?

Desculpem a demora, mas Amor anda assim para o atarefado, pelo que mais vale tarde do que nunca! 

Ora então, na passada 4ª feira, dia 11 do 11 foi o dia de entrega do envelope (vermelho-côr-de- paixão) com a reserva de uma noite aqui (eu disse-vos que era pertinho, não disse? )

Maridão adorou (CLARO!) e encheu-me de beijos e abraços (CLARO!!!).

E quando eu lhe perguntei se não tinha ficado desconfiado no fim-de-semana anterior, ficou a olhar para mim e perguntou "Quando??", ao que eu respondi logo "Nada-nada... esquece!" 

Quanto á estadia, que foi no fim-de-semana passado, foi assim uma coisa MA-RA-VI-LHO-SAAAAAAAAA! 

O Hotel está situado mesmo-mesmo em frente á praia, junto ao Casino da Póvoa.

Fomos recebidos pelo Rececionista, Sr. Paulo Lima, que foi de uma simpatia e disponibilidade impecáveis. Acreditem que nem sempre tivemos esta sorte... já temos "apanhado" com rececionistas um bocado "intragáveis"...

O quarto estava preparado tal-qual eu tinha pedido , muito bem localizado no 6º piso, ofereceu-nos umas vistas soberbas sobre a praia e a Avenida do Passeio Alegre.

Bem, não vou partilhar convosco tudo-tudo-tudinho, como se poderá compreender , mas retenham isto: se vierem até ao Minho, e quiserem pernoitar num local agradabilissimo, fiquem no "Grande Hotel da Póvoa" e vão ver se eu tenho ou não tenho razão e isto é propaganda gratuita minha gente...

O nosso 26º aniversário de matrimónio correu muitissimo bem, obrigada! 

Para o ano há mais...

 

 

 

 

 

 

Ser Mãe de um Emigrante é... II

... ouvir noticias como a de 13/11/2015, em Paris, e ficar aterrorizada.

... saber que Tesourinho está a 320 Kms, mas continuar a pensar "poderia ter sido lá!"

... ficar parte da noite acordada só para ouvir que o terror atingiu milhares de inocentes (porque não são só as vitimas mortais. São tambem os familiares, amigos e conhecidos delas. São os feridos. São os que lutam pela vida... somos todos nós que ficamos solidários com o medo, o pânico e o terror gerado naquela noite) mas "ainda" não chegou á Cidade onde está o Tesourinho.

... passar o dia 14/11/2015 "agarrada" a tudo o que seja noticias.

... ouvir que afinal á ligações directas á cidade que fica a 320 Kms de Paris.

... começar a pensar "Tesourinho vem é para cá e nem há discussão possivel!"

... esquecer-me que eu já não mando em coisissima nenhuma. Tesourinho já é homem de barba rija. Tesourinho manda e comanda a vida dele.

... falar com Tesourinho á noite e ouvir da boca dele: "Tem calma Mãe... Nós estamos bem! E nem vamos viver a nossa vida com medo... fica tranquila."

... não ficar tranquila coisissima nenhuma.

É isto e mais um par de botas e, por fim...

... é chorar por todas as Mães que perderam os seus filhos na noite de 13 de Novembro de 2015, nas mãos de

uns individuos que nunca deveriam ter nascido!

 

 

 

 

 

26 anos

Ontem foi dia de aniversário cá por casa.

Vinte e seis anos de matrimónio entre moi-même e Maridão.

E a sensação é: "JÁ??!!"

Lembro-me perfeitamente do dia do casório!

Eu, menina de tão sómente 19 aninhos. Ele, míudo de 18. Tesourinho era uma ervilhinha dentro de mim. Sim! Porque há 26 anos atrás, engravidava-se, CASAVA-SE! E não havia volta a dar.

Eu não queria, mas assumia a criança. Ele queria para assumir tudo.

Papá disse-me "Antes filha divorciada do que mãe solteira." Esta, 100 anos que viva, não vou esquecer! Aqueles olhos duros a furaram-me a alma, e aquelas palavras, atiradas assim, magoaram-me!

Pensei: "Não te perdoo!"

Tive exactamente 30 dias para me preparar psicológicamente para o momento.

E no dia 11 de Novembro de 1989, ainda não estava preparada!

Entrei naquela Igreja (atrasada quase 1 hora, como fica sempre bem a uma noiva...) a tremer dos pés á cabeça. Papá levou-me ao altar (como fica sempre bem a um pai...)

Foi um dia sem grandes espalhafatos, que eu nunca quis e que a Mamã me fez a vontade.

Ficamos a morar com a Mamã, o Papá e o Big Brother.

De quatro passamos a cinco.

Para dali a 6 meses aumentar para seis.

E os dias, meses, anos, foram passando.

Eu e Maridão, de crianças, passamos a adultos.

Crescemos juntos. E a crescer educamos a nossa criança.

Que é hoje um homem de 25 anos e que é o nosso orgulho e a nossa paixão.

O nosso matrimónio, como qualquer matrimónio, passou por tudo e mais alguma coisa... momentos de tudo e mais alguma coisa.

Para, hoje, já termos ultrapassado a barreira dos 26 anos.

Disto tudo, só há um pensamento que me ocorre neste exacto momento:

"OBRIGADA PAPÁ, por me teres "obrigado" a casar!"

 

 

 

 

 

 

Já falta pouco...

... para o dia 11.

E para o dia 16 de Dezembro tambem.

Três dias e trinta e oito dias respectivamente.

"Falas tu do quê Maria-Maluca, qu'andas desaparecida e agora vens pr'áqui como se nada fosse!..."

Falo disto Pessoas!

Estado "ânsia em dose dupla" on!

"E porquê essa ânsia toda?"

Porque, Pessoas, eu A-DO-RO surpresas! E ainda este fim-de-semana, o Maridão referiu que ainda não tinhamos combinado nada para o "nosso" dia. E eu comecei a ficar ligeiramente incomodada com um calor repentino porque Amor não consegue disfarçar. E ele ficou a olhar para o rubor facial que se me instalava e eu virei as costas e disse "anda... tenho de ir preparar o jantar..." e não falamos mais no assunto!

Mas tenho a certeza-certezinha que Maridão já ficou desconfiado. Porque, numa situação "normal" eu começava logo a disparar ideias e a fazer planos e o diabo a quatro, a pontos de ele ter de me dizer "Ai... tá bem-tá bem... temos de ver então...".

E eu não queria nada-nadinha que ele desconfiasse.

Porque se não já não é surpresa tipo SUR-PRESAAAA!

Entendem?